Caso você e a sua família pretendem comprar casa com recurso ao crédito habitação terá de ter em conta as subidas das taxas de juro da Euribor, consequentemente que está a fazer subir as prestações da casa. Mas quanto mais subirem os juros, menor é o valor que os bancos estão autorizados a emprestar.
Para que possa compreender como a subida dos juros está a influenciar a capacidade de financiamento das famílias, apresentamos em baixo um exemplo de um casal com rendimento mensal de 2.000 euros, que pretende contratar um empréstimo para comprar casa com spread de 1% e prazo de 40 anos:
- Euribor a -0,50%: financiamento em cerca de 255.000 euros;
- Euribor a 1,50%: financiamento bancário desce para cerca de 190.000 euros (-25%);
- Euribor a 3% (hipotético): valor emprestado cai para 160.000 euros, ou seja, menos 37% do valor financiado quando o indexante estava em terrenos negativos.
Em agosto, a Euribor a 12 meses atingiu os 1,249% e a Euribor a 6 meses os 0,837%. Tudo indica que as taxas Euribor continuarão a subir, os especialistas acreditam que a média mensal da Euribor atinja os 2% até ao final do ano (as taxas diárias já ultrapassaram este valor).
Porque é que a capacidade de endividamento das famílias diminui?
Isto pode acontecer pelos simples casos de:
- Subidas das taxas Euribor, que na maioria dos contratos de crédito habitação dos portugueses continuam a estar indexados;
- Medidas macro prudenciais que vêm limitar o risco de endividamento excessivo das famílias.
Isto vai obrigar os bancos a somar mais 3% à taxa do empréstimo na fórmula de cálculo da taxa de esforço ou o rácio DSTI (Debt Service-to-Income).
Se a taxa de juro do empréstimo estiver em 3,2% (Euribor a 2% no final do ano mais o spread de 1,2%), ao somar a taxa extra de 3% (margem de segurança), a taxa usada para avaliar caso a família tenha capacidade para pagar o empréstimo será de 6,2%.
Essa taxa de 6,2% somada aos rendimentos líquidos mensais da família e às despesas com outros créditos que será calculada a DSTI ou a taxa de esforço máxima.
Os bancos só estão autorizados a conceder empréstimos habitação se o valor do DSTI for inferior a 50%, o limite estipulado pelo Banco de Portugal no âmbito novos contratos de crédito habitação.
Como melhorar a taxa de esforço para ter maior financiamento bancário?
Uma das formas de enquadrar a taxa de esforço é que se a sua família optar pela taxa fixa não será adicionada a taxa extra de 3%, baixando assim a DSTI e aumentando o montante concedido pelos bancos.
Fonte: www.msn.com