É sabido que o surto está a afectar a economia global e certamente trará um impacto à mediação imobiliária, não fosse a nossa actividade de “pessoas para pessoas”. Estaremos, nós os consultores imobiliários preparados para isto?
Hoje recebi a primeira chamada de um cliente a pedir que cancelasse as visitas dos potenciais compradores ao seu apartamento, porque não queria expor o recém nascido e o seu espaço à probabilidade do risco de infecção e exposto isto anuí, pois seria o mais sensato, não pelo alarmismo, mas por deixar mais confortável a minha cliente.
Lidemos com a situação o mais profissionalmente possível e, no meu entender cumpre-nos seguir as directrizes da Direcção Geral de Saúde por forma a minimizar o surto e minimizar o contágio.
devemos perceber o essencial (fonte SNS-24):
Como se transmite?
A COVID-19 pode transmitir-se por:
- gotículas respiratórias
- contacto direto com secreções infetadas
- aerossóis em alguns procedimentos terapêuticos que os produzem (por exemplo as nebulizações)
A COVID-19 pode transmitir-se de pessoa a pessoa?
Sim e poderá ocorrer pela proximidade a uma pessoa com COVID-19 através de:
- gotículas respiratórias – espalham-se quando a pessoa infetada tosse, espirra ou fala, podendo serem inaladas ou pousarem na boca, nariz ou olhos das pessoas que estão próximas
- contacto das mãos com uma superfície ou objeto infetado com o SARS-CoV-2 e se em seguida existir contacto com a boca, nariz ou olhos pode provocar infeção
Que medidas preventivas podemos ter?
- Lavar frequentemente as mãos
- Tossir e espirrar para o cotovelo
- Utilizar Lenços descartáveis e deitar de imediato os lenços para o lixo
- Lavar as mãos com sabão ou solução de alcool sempre que se assoar, espirar ou tossir
Sendo o vírus transmitido por gotículas que normalmente libertamos durante a fala, tosse ou espirro, no entanto diz a DGS que as mesmas não se propagam normalmente a distâncias superiores a 1m, pelo que respeitando estas distâncias, evitar-se-ão os contágios.
Em Portugal não há o habito de utilização de Mascaras e a DGS não recomenda o seu uso no dia a dia, excepto se já se encontrar infectado por forma a prevenir o contagio a terceiros.
E a apresentação (visitas) dos imóveis?
Embora Portugal já registe alguns casos, não existe ainda em número suficiente para que sejam suspensas as actividades normais de promoção imobiliária, contudo, alguns serviços estão já a tomar medidas excepcionais e na mediação imobiliária julgo que poderemos ter em conta alguns cuidados:
- Qualificar os clientes por motivos de segurança quanto à sua saúde, como:
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- Se esteve nos últimos meses em alguma das áreas afectadas ou em contacto com algum doente infectado?
- Se algum dos “visitantes” possui sintomas de febre, tosse ou dificuldades em respirar?
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- Visitas devem ser privadas (Consultor + Potenciais Clientes Compradores)
- Evitar Casas Abertas
- O Consultor deve assumir o contacto com os materiais do imóvel visitado (mostrar roupeiros, interior de armários, abertura de portas ou janelas).
- O Consultor deve, para além dos cuidados anteriores lavar as mãos entre as visitas e estar preparado para desinfectar com frequência locais de potencial contagio.
Existem gestos normais no negócio que são quase inevitáveis como o aperto de mão, o abraço, o beijo, que eventualmente deve ser minimizado nesta fase.
E o impacto nos outros serviços?
Existem várias medidas a serem tomadas pelos vários sectores da sociedade Portuguesa, o Consultor deverá adaptar-se e precaver-se para um aumento de tempo de resposta e até para o encerramento de alguns serviços.
Eventualmente, se ainda não o fez, adaptar-se e recorrer às soluções “on-line” que na sua maioria suprimem as necessidades imediatas.
Preparar também os seus clientes para que os tempos de resposta e disponibilidade destes serviços possam criar alguns atrasos ou condicionalismo à realização dos negócios.
Será o tempo ideal para apostar na Tecnologia?
Porque não? não deverá ser apenas pelo perigo do contagio de um vírus, mas sim pelo contágio do acelerar dos processos que a mesma pode trazer.
Esta fase será uma oportunidade de introduzir as visitas virtuais aos imóveis (para quem ainda não têm), pelo conforto do utilizador e pelo minimizar de tempos. Existem empresas que oferecem serviços excepcionais neste campo e nesta fase, uma aposta mais forte e uma adaptação aos novos tempos pode introduzir vantagens. A visita virtual ou até em realidade virtual estão a ganhar campo e as tecnologias estão cada vez melhores criando sensações e emoções nos utilizadores que apreciam esta experiencia.
Os já normais directos nas Redes Sociais são outra alternativa para mostrar “in loco” os imóveis que pode ser apreciado pelos potenciais compradores e para quem preferir uma visita mais privada por video-conferência, numa primeira fase.
Vale o alarmismo?
Não, vale estar preparado para um abrandamento também neste sector, pelos receios instalados pela comunicação social. Vale preparar-se para poder continuar a oferecer uma experiência excepcional aos seus clientes e vale acima de tudo estar preparado para se precaver e minimizar perigos desnecessários para si e para a sua família.